Com a missão de dar personalidade à casa previamente construída no Royal Park, o arquiteto Ricardo Grangera apostou nas cores claras e nos materiais naturais, espalhando um perfume suavemente rústico por todo o projeto. “Uma das coisas de que mais gosto durante o trabalho é o envolvimento do cliente. Tudo foi projetado respeitando o gosto dos proprietários, que são bem tradicionais”, conta.
O resultado foi uma casa básica em termos de cores, mas não em sofisticação. A nobreza do mármore travertino romano bruto se impõe no hall de entrada, na escadaria que dá acesso à área íntima, nos rodapés, no painel e na bancada do living principal. Outros materiais igualmente nobres estão presentes no living. “A maioria dos tecidos, nas paredes e estofados, é de linho. Tem carvalho americano nos móveis, o tapete é de fibra natural e há cadeiras de seda pura”, detalha o arquiteto, que reforçou a ideia de verticalidade - o pé direito tem quase seis metros – com o revestimento de linho e com espelhos. O recurso do espelho também foi bastante apropriado na sala de jantar que, apesar de isolada, acabou se integrando à área externa ao refletir parte do jardim e da varanda. A leveza da mesa de vidro, desenhada por Grangera, evidencia o ar clássico das cadeiras de cabeceira, que flertam com o estilo Bergère. “A mesa de centro do living tem a mesma leitura da mesa de jantar; queria que ficasse discreta para compor com o clássico. Essa mistura é o meu jeito de trabalhar”, define o arquiteto.
A ênfase na varanda, menina dos olhos dos donos da casa, é notável. “Eles recebem muitos amigos e têm dois filhos pequenos, então, é um ambiente muito usado”, justifica Grangera. Com vista para a piscina, o ambiente externo conta com churrasqueira, estar e refeição. Ali, a mesa de peroba e as cadeiras de palha natural dividem a cena com o azul clássico das louçarias chinesas. A questão da manutenção também foi levada em conta. “Tivemos uma preocupação com os tecidos externos, que são acrílicos e não absorvem tanto a umidade quanto os 100% naturais”, observa.
No segundo andar, a área íntima começa com o home theater. Com sofá retrátil em suede e painel de palha sintética, o ambiente recebe apenas a luz natural da pérgula envidraçada que faz a demarcação da escada. No corredor que dá acesso aos quartos, o armário esconde o apoio de copa (com micro-ondas e frigobar), além de contar com um truque para lá de interessante: uma ligação com a lavanderia. “Joga a roupa suja ali e cai lá, evitando a circulação na parte social da casa”, diz o arquiteto.
No quarto do casal, os materiais naturais são os protagonistas novamente. Nas paredes, linho e papel com aspecto de seda. Nas janelas, persianas de seda. “O carpete foi uma exigência da proprietária por causa do conforto”, conta. No banheiro, Grangera adaptou o projeto para tornar o ambiente mais agradável e funcional. Adicionou banheira e chuveiros duplos. A área do closet também foi reelaborada, com dimensões generosas para ela e exatas para ele.
Fonte: Wink Mag
