Localizada aos pés da cordilheira do Alto Atlas, Marrakech é dividida entre a Medina, parte fortificada, e Ville Nouvelle (Cidade Nova, em francês), o bairro moderno. O fascinante Jardim Majorelle, idealizado pelo pintor francês Jacques Majorelle, em 1924, é um oásis no Guéliz (o coração da Ville Nouvelle), um lugar de forças místicas e muitos encantos. A abundância de formas e espécies vegetais representa os cinco continentes. Coqueiros, bananeiras, buganvílias e uma imensa variedade de cactos compõem um raro exemplo de paisagismo.
Majorelle foi considerado o maior colecionador de plantas do mundo com esse espetacular trabalho. Yves Saint Laurent se deixou seduzir pelas suas cores e por ali encontrar uma fonte inesgotável de inspiração. Em 1980, o jardim tornou-se propriedade da fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent, que, desde então, garante a sua conservação, incluindo a casa de cor azul vibrante, originalmente o ateliê do pintor. Desde 2011, essa construção é sede do Museu Berbere, cujo acervo apresenta um extraordinário panorama da criatividade do povo mais antigo do norte da África. O bairro oferece outras atrações. Vale passear pela rue de la Liberté e tomar um café em estilo vintage no Kechmara. Na mesma rua, a loja Ben Rahal possui tapetes raros de origem certificada, e a L’Orientaliste é uma referência em décor marroquino e artesanato fino na região.
Em direção à Medina, avista-se a mesquita Koutoubia. A torre de 70 m em estilo mouro parece ser o mais belo mirante norte-africano, mas a entrada é aberta somente para muçulmanos. A próxima etapa é conhecer a alma da cultura e dos costumes árabes: Djemaa El Fna, uma das maiores praças do Marrocos, símbolo da excentricidade e do entretenimento local. Durante o dia, encantadores de serpente, contadores de histórias, curandeiros e músicos se misturam com turistas e marrakchis (nativos). Ao anoitecer, inúmeras barracas gastronômicas preparam atraentes especialidades, como se fossem um único restaurante a céu aberto.
As ruas que saem da praça levam diretamente ao Souk. O grande mercado de produtos artesanais é um aglomerado de pequenas lojas dispostas em um labirinto de vielas iluminadas por um teto de madeira vazado. Cores vibrantes, perfumes intensos, sabores excêntricos: uma aventura para os sentidos. O prazer dos mercantes é a negociação, portanto, prepare-se para grandes oportunidades. Para uma pausa, a medersa Bem Youssef é ótima pedida, considerada a maior escola corânica (onde se cultuava o Alcorão) do país e uma maravilha da arquitetura moura.
Sobre a hospitalidade, estamos nas mãos de verdadeiros experts. Da acolhedora recepção com o chá marroquino ao petit-déjeuner preparado artesanalmente, passando pelos mágicos tratamentos dos hammams, os riads (como são chamados os hotéis na Medina) são sinônimos de luxo. Essas antigas habitações do centro histórico, estruturadas em volta de um pátio normalmente ajardinado, seguindo o modelo de arquitetura árabe-andaluz, são completamente fechadas para o exterior e retratam a essência da vida em Marrakech, ou seja, frenética nas ruas e relaxante nos interiores.
Partindo para Essaouira, na costa atlântica, a pouco mais de duas horas de carro de Marrakech, a paisagem árida e semidesértica é interrompida por quilômetros de árvores de argan, planta da qual se extrai o óleo de argan (huile d’argane), recentemente descoberto pela indústria cosmética. A planta é originária e exclusiva dessa região do Marrocos. Durante o percurso, vale a pena parar para conhecer a cooperativa formada por mulheres que extraem manualmente o óleo. Toda azul e branca, a charmosa cidade já inspirou artistas de vários tempos. Atingida constantemente por um vento forte soprado pelo Atlântico, é também um destino para as práticas de windsurfe e kite surfing.
Estes destinos badaladíssimos, com jardins luxuriantes, vida noturna agitada e rica história, convidam também a relaxar com estilo, apreciar sua bela arquitetura e seu décor autêntico e saborear pratos exóticos: um verdadeiro elixir.
Fonte: Casa Vogue